É POSSÍVEL VIVER SEM OXIGÊNIO?

 

Em diferentes áreas do oceano existem “zonas mortas”: águas com pouco ou nenhum teor de oxigênio, onde é impossível o desenvolvimento da vida marinha. Estas zonas podem existir por causas naturais ou antropogênicas, mas são perigosas por atentar contra a saúde dos oceanos, vitais para o planeta.

No entanto, uma nova descoberta pode significar que ainda há esperança para estas áreas. Cientistas da Universidade Politécnica Marche em Ancona, na Itália, encontraram três novas espécies de criaturas marinhas que podem sobreviver e se reproduzir sem oxigênio.

A descoberta ocorreu nas profundezas do mar Mediterrâneo, cerca de 200 quilômetros a oeste de Creta (Grécia), resultado de três expedições que pesquisaram a região ao longo de uma década, segundo informa a BBC britânica.

As novas criaturas medem menos de um milímetro e possuem um invólucro protetor. Uma delas recebeu o nome científico de Spinoloricus Cinzia e as demais, ainda não batizadas oficialmente, mas estão sendo chamadas de Rugiloricus e Pliciloricus. Duas delas continham ovos.

Os cientistas não puderam remover os animais com vida, mas cultivaram os ovos dentro do barco e comprovaram que eles podiam viver em condições anóxicas (sem O2).

Até o momento, acreditava-se que apenas as bactérias poderiam viver sem oxigênio, já que os corpos de animais multicelulares encontrados nas zonas mortas teriam, supostamente, chegado até elas de regiões vivas adjacentes.

A descoberta é muito importante por reacender uma questão fascinante: até onde os animais conseguem se adaptar a condições extremas? Segundo alguns cientistas consultados pela BBC, estas criaturas poderiam ajudar a descobrir se é possível existir vida sem oxigênio em outros planetas.

Resumo do estudo em BioMedCentral.com

Mais sobre oceanos:
O Oceano Atlântico também tem sua mancha de lixo
Aumento da temperatura ameaça as tartarugas-marinhas da Costa Rica